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O Sintrasp traz com muita responsabilidade orientações sobre um tema atual na sociedade (VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS). Destacamos com muita alegria o artigo da Psicóloga Super Cris, que nos atendeu gentilmente e contribuiu para essa prestação de serviço aos profissionais e pais de alunos de Osasco.
A SEGUIR, CONFIRA O ARTIGO:
“Sabemos que o mais sensato não é supervalorizar os eventos e nem ficar compartilhando detalhes sobre o assunto e assim diminuir o “efeito contágio”.
No entanto, as famílias ficam em dúvidas no que fazer. Ficam perdidos e assustados e não sabem direito como abordar o assunto com seus filhos. A conversa vai ser diferente conforme a idade de seu filho, mas algumas atitudes simples podemos aqui compartilhar.
Separei algumas dicas para a abordagem inicial por pais de crianças com idade escolar dos ensinos fundamental I e II baseadas em resultados de pesquisas sobre trauma na Infância e Juventude do National Association of School Psychologis, Child Mind Institute, Yale Center for Traumatic Stress and Recovery, Yale Child Study Center e Child Trauma Academy.
1) DEVO FALAR COM MEU FILHO?
Sim, mas apenas se for algo que aconteceu diretamente com ele ou na escola dele. Também se a notícia for amplamente veiculada nos noticiários. Se você souber que há chances de que seu filho já sabe ou ficará sabendo de qualquer jeito. Portanto, se for este o caso, ter uma conversa gentil e acolhedora pode ajudar a falar sobre eventos traumáticos de modo saudável.
Caso esteja em acompanhamento terapêutico, peça para a terapeuta ensinar você e também conversar com ele. Na abordagem cognitivo comportamental será muito produtivo trabalharmos as habilidades sociais. Viver em comunidade dá trabalho. A criança já vai acostumar com o manejo das situações coletivas.
2) OUÇA COM CURIOSIDADE
Você pode começar perguntando: “O que você sabe sobre o ocorrido?” Escute o que seu filho tem a dizer primeiro e até o final, sem interromper seu relato. Acolha e o auxilie a lidar com sua emoção. Verifique o que ele sabe do que aconteceu e escute com atenção a versão dele. Ao terminar, corrija se houver intervenções ou exagero sobre a situação sem se apegar aos detalhes. Acima de tudo, evite mostrar cenas ou ficar checando áudios e vídeos sobre o assunto. Lembre-se de que não faz bem para ninguém ficar se expondo a isso.
3) TENTE NÃO SE ALARMAR
Este é o maior desafio. Saiba que é normal se emocionar. Mesmo que a criança tenha uma reação mais intensa, como, por exemplo, começar a chorar, neste caso oferecer um abraço vale mais que 1000 palavras de conforto. Reforce que ela pode confiar em você e que vai ficar tudo bem. Vivemos numa correria danada e muitas vezes esta pode ser a grande oportunidade de estreitar a relação com o seu filho. Falando sobre a dor que existe em todos os momentos de nossas vidas. A criança aprende a manejar sua emoção e assim consegue ter uma relação de amizade com você. Não perca a oportunidade de exercitar o companheirismo, reconhecimento e acolhimento de seu filho.
4) NÃO VIRE UM PAI OU MÃE HELICÓPTERO!
Atenção aos exageros. Não fique perguntando como a criança está o tempo todo. Apenas escute e valide o que ela está sentindo e compartilhando com você. Dê espaço e tempo para que o manejo das emoções aconteça após sua conversa. A confiança se constrói através de respeito, carinho e acolhimento o tempo todo. Somente ao longo do tempo assuntos difíceis podem ser tratados gradativamente por você de maneira mais assertiva.
5) ANTES DE VOLTAR PARA A ESCOLA
Reforce para seu filho que ataques em escolas assim são raros, mesmo que ainda tenha sido falado muito nisso. Afirme que as escolas estão trabalhando para manter alunos, professores e todos seguros. Tenha a atitude segura ao falar que tem muita gente cuidando deles. Agora chegou a hora de estreitar sua relação com a escola. Busque se sentir seguro valorizando a escola como um ambiente seguro também para seu filho.
O bem-estar de seu filho depende disto! Se seu filho disser que sabe de outra criança que falou sobre se machucar ou machucar alguém, diga a ele para não fazer “fofoca” e nem espalhar a notícia entre colegas. Oriente que ele pode contar com o adulto de confiança sobre o que ouviu e o adulto cuidará da situação.
A importância hoje da união entre pais e mestres como na nossa antiga APM se faz muito interessante para o trato do manejo emocional que as crianças e jovens hoje não tem. Todo esse processo deve ser construído na base da confiança e respeito e que, como disse anteriormente, acontece ao longo do tempo.
Tenho a Esperança que situações como essa possam trazer o resgate do enfrentamento destas adversidades inerentes à vida coletiva de forma unida e compartilhada. Sonho alto, eu diria até fraterno! O desafio será nos tornarmos menos críticos e mais humanizados. Afinal, estamos todos juntos nessa. Nem toda criança sabe a diferença entre falar com amiguinho, dedurar, fazer fofoca e reportar a um adulto. Cabe a nós explicarmos a diferença e corrigir com amor!
Sobre a autora – Ana Cristina, mais conhecida como Super Cris, é Psicóloga Clínica, Docente e Instrutora do Superioga – Mais informações, acesse supercris.com.br.