O Brasil bateu um novo recorde – infelizmente, negativo – ao apagar das luzes de abril. O mês se foi e deixou uma marca em todo o País: a pandemia do novo Coronavírus ceifou 400 mil vidas, 400 mil famílias, 400 mil sonhos, 400 mil pais, mães, filhos, filhas, tios, tias e amigos. Mesmo assim, o representante maior do País insiste em não tomar medidas para enfrentar a imensa crise sanitária vivida pelos brasileiros.
Em 2010, o Brasil virou referência na vacinação contra a H1N1. Na época, o governo federal fez uma campanha maciça para que as pessoas se vacinassem, além de possuir a maior parte de doses necessárias já no início da empreitada. Com a estratégia, a vacinação no território brasileiro foi um sucesso.
Também foi lançada campanha contra os boatos que colocavam em xeque a eficácia da vacina – muito diferente do que vemos hoje, com um governo que alimenta fake news. O resultado foi a vacinação em massa dos brasileiros: em três meses, cerca de 88 milhões de pessoas foram imunizadas.”
Onze anos depois, o cenário é outro. Após mais de três meses de vacinação contra a Covid-19, o Brasil tem menos de 48 milhões de doses aplicadas, permanecendo em 56º lugar no ranking global (considerando o número de doses a cada 100 habitantes). A média de óbitos no Brasil está acima de 2 mil há 48 dias.
Alguns países já estão retomando a normalidade após um rigoroso isolamento social. Nova Zelândia e Austrália já fizeram shows com milhares de pessoas e liberaram voos entre si. Israel, que por muito tempo foi tomado como aliado e exemplo pelo governo federal, tem 56% de sua população vacinada. Na Rússia, a vacinação ocorre em diversos lugares do País, inclusive em estádio de futebol em dia de jogos do Campeonato Russo. Sim, desde o final de 2020 as torcidas russas frequentam os estádios!
No Brasil, o governo Bolsonaro, além de não promover campanha de vacinação e não oferecer suporte para produção de vacinas por instituições como Butantan e Fiocruz, dificulta a compra da Sputinik V pelos governadores do Nordeste – que tem como referência Flávio Dino (PCdoB-MA). Além disso, boicota qualquer ação dos 27 governadores.
Não vamos esquecer que, em meados de agosto, o presidente recusou 70 milhões de doses da vacina da Pfizer. Também tem, desde o início da pandemia, desprezado a ciência e promovido notícias falsas sobre a Covid-19 de forma contumaz.”
É grande o retrocesso em tão pouco tempo. Passamos de país exemplo de vacinação para um pária internacional. O maior culpado pelas 400 mil mortes de nossos irmãos tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro.
Vitor Rodrigues é Secretário de Comunicação, foi candidato
a vereador pelo PCdoB São Paulo nas eleições 2020.